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Sobre crenças e forças de caráter

Ao escrever sobre um fator menos explorado para alguns psicólogos e pesquisadores, é um grande desafio para mim, utilizar a Psicologia Positiva na desconstrução das crenças centrais, e ao mesmo tempo ater-me a força de meu caráter ligada à propulsão da criatividade. E neste contexto nasce um despertar sobre o assunto que vem causando relevante interesse em conhecer a possibilidade de aplicar a PP na desconstrução das crenças centrais, trabalhando nas potencialidades humanas.

Precisamos deixar claro antes de tudo o que são crenças centrais?

São afirmações, ideias fixas que temos sobre nós mesmos. Elas nos ajudam a prever o que acontecerá e a dar sentido ás coisas que fazemos ou do mundo ao nosso redor. Essas crenças centrais são formadas desde a nossa infância as nossas experiências precoces e desenvolvemos suposições bastante rígidas sobre alguns aspectos ou situações que vivenciamos tanto boas quanto ruins.

Geralmente essas crenças são condicionadas na infância com relação ao que nos foi passado ou vivenciado, sem termos na verdade o direito de escolha, pois na maioria das vezes não sabemos nem o que estamos fazendo, simplesmente, reproduzimos, imitamos, e nos enxergamos como estranhos. Então só passamos a viver de acordo com a crença de quem somos, mas não refletimos o que realmente sentimos. Beck et al. (1997), ressalta que as crenças centrais representam os mecanismos desenvolvidos pelas pessoas para lidar com as situações cotidianas, ou seja, a maneira como os indivíduos percebem a si mesmos, aos outros, o mundo e ao futuro.

Sendo esta percepção chamada de tríade cognitiva.  Assim, o mesmo autor afirma que não são as crenças centrais em si disfuncionais, e sim sua forma de ativação que se torna disfuncional em alguns casos, quando não está condizente com o contexto e com as evidências.

Mais ou menos o que pensamos e temos como crenças:

  • Como vemos a nós mesmo;
  • Como julgamos o que fazemos;
  • Como enxergamos o futuro.

Modelos de crenças disfuncionais:

  • O antipático Marvin. Sua crença central; ninguém me ama.
  • Mamãe e papai parecem nunca escutar o que tenho a dizer.
  • Papai nunca tem tempo para mim.
  • Minha irmã sempre ganha mais que eu.
  • Se brigarmos eu sempre levo a culpa.
  • Mamãe nunca ri das minhas piadas.
  • Todos podem escolher ao que querem ver na televisão menos eu.

É importante ressaltar que não se trata aqui das técnicas para a identificação das crenças centrais, pois existem várias. Entretanto, atentarei apenas em como podemos alinhar a desconstrução das crenças centrais à Psicologia Positiva. Então a conceitualização para elaborar a identificação dependerá de cada profissional da psicologia de acordo com sua linha de abordagem. Kuyken, Padesky e Dudley (2008, 2010) propõem a metáfora de um caldeirão para explicar a definição conceitual cognitiva ou mistura de visões diferentes das teorias.  

É no caldeirão que diferentes elementos se misturam, transformando-se de maneira substancial e duradoura em um novo produto. Nesta mistura entre a visão de Beck e Seligman repousa os pressupostos apontados que a psicologia tem se direcionado ao estudo contundente das dificuldades e desabilidades humanas, sendo que seus aspectos positivos têm sido historicamente negligenciados na literatura científica. Neste sentido, Passareli e Silva (2007), salientam que até a data da publicação de seu artigo, existiam poucos estudos feitos no Brasil sobre as forças de caráter e as virtudes humanas, o que indica pesquisas direcionadas mais para as questões referentes ao afeto negativo. Dessa forma, sugerem estudos relacionados ao bem-estar subjetivo que podem favorecer a compreensão dos seres humanos através de suas potencialidades. E ao potencializar os pontos fortes do indivíduo fluirá consequentemente sua resiliência e fará com que as crenças centrais venham a ser disseminadas.

Ao se trabalhar na desconstrução das crenças centrais utilizando o teste VIA, para identificar os forças de caráter que todos nós temos. Incorpora-se atitudes positivas e consequentemente os pensamentos disfuncionais de negatividade descrito pelas crenças diminuirão significativamente.

Assim sendo, potencializar as forças pessoais, os indivíduos irão saber enfrentar e lidar com suas dificuldades. Sobremaneira, podemos dizer que este recurso é capaz de obter a ampliação das potencialidades humanas e construir um caminho seguro na mudança comportamental e cognitiva á longo prazo, aliviando o sofrimento das pessoas. Esse aspecto favorece a retomada do funcionamento normal de sua vida, como garantir melhorias em relação a qualidade de vida e o fortalecimento da resiliência, bem como, desconstruir crenças disfuncionais negativas sobre si, o futuro e o meio em que vive.

Isto acontece ao mudar crenças disfuncionais (pensamentos negativos) para pensamentos positivos, leva-se então a pessoa a seguir em frente sem tantos medos ou traumas, aqueles ocasionados na infância no caso das crenças centrais.

No entanto, todas as crenças centrais e suposições produzem pensamentos automáticos e todos esses pensamentos enchem nossa mente de disfunções cognitivas e nos fornecem comentários passageiros sobre o que está acontecendo e muitos desses pensamentos são sobre nós mesmos, e uma série deles são negativos e críticos. E ao romper estes pensamentos automáticos que muitas vezes se faz necessário a utilização de técnicas para este ciclo.

A psicologia Cognitiva Comportamental utilizado por Beck e a Psicologia Positiva reapresentada por Martin Seligman utiliza de suas técnicas para estes fins com respaldo científico comprovado uma se utiliza, em mudanças cognitivas comportamentais a outra em potencializar o que o ser humano tem de bom.

Na apropriação de ambas as técnicas percebe-se um crescimento construtivo no indivíduo que leva a um construto a aprender a lidar melhor com suas autocriticas e adversidade da vida. Independente quais sejam as forças pessoais utilizadas pela pessoa, identificadas no teste VIA que são 24 forças.   Acesse aqui e faça o teste gratuitamente.

Podemos dizer que agregando ou não com outras técnicas elas vêm nos mostrando sua eficácia, pois quando as pessoas descobrem que tem virtudes e forças de caráter elas afloram para a vida de uma forma mais positiva, encontrando suas potencialidades humanas e desmitificando suas crenças disfuncionais negativas.

Cátia Cilene Silva Amaral

Psicóloga Clínica e Organizacional - CRP 13/6242

Especialista em Gestão de Pessoas. Atuação clínica na abordagem Cognitiva Comportamental, palestrante motivacional. Apaixonada pela ciência da Psicologia Positiva em proporcionar-me a conhecer o que ser humano tem de bom, suas forças pessoais.

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